A Rússia esquenta a nova Guerra Fria
Mudança de protocolo simplifica uso de armas nucleares pela Rússia
Vladimir Putin avança em suas ameaças ao Ocidente. A cada dia em que a Ucrânia resiste ao avanço russo, agora reforçado por 10 mil soldados norte-coreanos, Putin se mostra mais acuado, humilhado, podemos dizer até, ofendido, e agora muda as regras para o uso de armas nucleares.
Os Fundamentos da Política de Estado da Federação Russa no Campo da Dissuasão Nuclear, nome da doutrina que orienta o uso destas armas pelo país, sofreu significativas mudanças. A principal delas é a que a Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares no caso de uma ameaça crítica à soberania ou integridade territorial do Estado.
A Ucrânia lançou no mesmo dia seus primeiros mísseis contra território russo, mísseis estes provenientes dos arsenais americanos.
O que vai acontecer agora é especulação de especialistas, mas o que podemos dizer é que se o Ocidente tivesse agido em defesa dos países alvos do imperialismo russo, as coisas poderiam ter tomado um outro rumo.
Alertava Edward Lucas em seu livro The New Cold War, publicado em 2008, por mais complicado, inconveniente e custoso que fosse agir naquele momento, os países ocidentais deveriam ter defendido os pequenos estados que hoje sofrem ou estão sob o jugo russo. Nas palavras proféticas de Lucas, “se nós não ganharmos a Nova Guerra Fria nos nossos termos, nós teremos que lutar em um tempo e lugar escolhido pelo nosso adversário, e as probabilidades estarão contra nós.”
Ele estava certo.