São Paulo, século IV, Fragmento de sarcófago, Museu Pio-Cristão, Vaticano
Encontramos na narrativa dos Atos dos Apóstolos a história de um dos primeiros diáconos da Igreja. Este era Estevão, um dos escolhidos pelos apóstolos para supervisionar a distribuição de mantimentos em Jerusalém. O crescimento no número de cristãos de umas poucas pessoas para milhares gerou celeumas e brigas, assim, para evitar crises mais profundas é que foram escolhidos sete homens para ajudar na supervisão.
Estevão não era apenas um burocrata, ele também era um evangelizador. E como outros dos membros da Igreja primitiva, ele tinha aguda percepção do mecanismo sacrificial que era prática no seio do judaísmo de então. Ele discutia com membros de uma sinagoga, e suas respostas carregadas de sabedoria causavam espanto, ressentimento e indignação. Falsas testemunhas acusaram Estevão de blasfêmia, ele então é levado ao conselho e é acusado de dizer que um “tal de Jesus de Nazaré há de destruir o templo e abolir os costumes transmitidos por Moisés”. O sumo sacerdote pergunta se tais acusações são verdadeiras. Sua réplica inicia-se com o relembrar da promessa feita por Deus a Abraão, o cativeiro no Egito, a libertação conduzida por Moisés, a adoração do bezerro de ouro, a construção do templo de Jerusalém iniciada pelo rei Davi e concluído por seu filho, o rei Salomão, e a afirmação de que o Altíssimo não vive em templos feitos por mãos humanas, conforme disse o profeta Isaías (Isaías 66:1-2), martirizado pelo rei Manassés.
Estevão então conclui seus argumentos acusando aqueles que o interrogavam de traição e assassinato, causando a fúria dos presentes:
Oh, gente obstinada! Vocês são pagãos de coração e surdos à verdade. Irão resistir para sempre ao Espírito Santo? Já os vossos pais o fizeram e vocês também! 52 Indiquem um só profeta que os vossos antepassados não tenham perseguido! Mataram até aqueles que anunciavam a vinda do Justo, o Cristo, a quem vocês agora traíram e assassinaram. – Atos 7: 51-53
A multidão agarra Estevão e o leva para fora da cidade, tiram suas vestes e o apedrejam. As suas roupas são colocadas aos pés de um homem que a tudo testemunhava, este era Saulo.
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